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Wounds

by Time and Distance

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1.
HAND OF POWER Seems like you are everywhere. Controlling and ruling everything. Choking and taking but never giving back… And still we cannot see… Your hands on our necks… This the invisible hand of power. * A MÃO DO PODER: Parece que você está em todo lugar. Controlando e regulando tudo. Sufocando e tomando mas nunca retribuindo... E ainda assim não conseguimos ver... Esta é a mão invisível do poder. "Enquanto a riqueza e o poder concentram-se numa estreitíssima faixa, para a maior parte da população a renda real estagnou-se e as pessoas vêm sobrevivendo à base de excessivas horas de trabalho, dívidas e inflação de ativos, regularmente destruídos pelas crises financeiras que se estabeleceram". Noam Chomsky - Quem Manda no Mundo?
2.
Wounds 02:17
WOUNDS No matter what I do or say you'll be always looking down on me. Your ego(euro) centric logic. Your assimetric (hierarchical) mentality. So arrogant. Superior. Intolerant. Conceitful... What do I have to offer? A new market for your products. Cheap workforce. Landfill sites... These are the open wounds. Wounds!!! * FERIDAS: Não importa o que eu faça ou diga, você sempre me olhará de cima pra baixo. A sua lógica eurocêntrica (egocêntrica). Sua mentalidade assimétrica (hierárquica). Tão arrogante. Superior. Intolerante. Preconceituosa... O que tenho para oferecer? Um novo mercado para os seus produtos. Mão de obra barata. Depósitos de lixo... Estas são as feridas abertas. “Há dois lados na divisão internacional do trabalho: um em que alguns países especializam-se em ganhar, e outro em que se especializaram em perder. Nossa comarca do mundo, que hoje chamamos de América Latina, foi precoce: especializou-se em perder desde os remotos tempos em que os europeus do Renascimento se abalançaram pelo mar e fincaram os dentes em sua garganta. Passaram os séculos, e a América Latina aperfeiçoou suas funções. Este já não é o reino das maravilhas, onde a realidade derrotava a fábula e a imaginação era humilhada pelos troféus das conquistas, as jazidas de ouro e as montanhas de prata. Mas a região continua trabalhando como um serviçal. Continua existindo a serviço de necessidades alheias, como fonte e reserva de petróleo e ferro, cobre e carne, frutas e café, matérias-primas e alimentos, destinados aos países ricos que ganham, consumindo-os, muito mais do que a América Latina ganha produzindo-os. São muito mais altos os impostos que cobram os compradores do que os preços que recebem os vendedores; e no final das contas, como declarou em julho de 1968 Covey T. Oliver, coordenador da Aliança para o Progresso, “falar de preços justos, atualmente, é um conceito medieval. Estamos em plena época da livre comercialização...”. Quanto mais liberdade se outorga aos negócios, mais cárceres se torna necessário construir para aqueles que sofrem com os negócios. Nossos sistemas de inquisidores e carrascos não só funcionam para o mercado externo dominante; proporcionam também caudalosos mananciais de lucros que fluem dos empréstimos e inversões estrangeiras nos mercados internos dominados. “Ouve-se falar de concessões feitas pela América Latina ao capital estrangeiro, mas não de concessões feitas pelos Estados Unidos ao capital de outros países... É que nós não fazemos concessões”, advertia, lá por 1913, o presidente norte-ameiricano Woodrow Wilson, Ele estava certo: “Um país - dizia - é possuído e dominado pelo capital que nele se tenha investido.” E tinha razão. Na caminhada, até perdemos o direito de chamarmo-nos americanos, ainda que os haitianos e os cubanos já aparecessem na História como povos novos, um século antes de os peregrinos do Mayflower se estabelecerem nas costas de Plymouth. Agora, a América é, para o mundo, nada mais do que os Estados Unidos: nós habitamos, no máximo, numa sub-América, numa América de segunda classe, de nebulosa identificação. É a América Latina, a região das veias abertas. Desde o descobrimento até nossos dias, tudo se transformou em capital europeu ou, mais tarde, norte-americano, e como tal tem-se acumulado e se acumula até hoje nos distantes centros de poder . Tudo: a terra, seus frutos e suas profundezas, ricas em minerais, os homens e sua capacidade de trabalho e de consumo, os recursos naturais e os recursos humanos. O modo de produção e a estrutura de classes de cada lugar têm sido sucessivamente determinados, de fora, por sua incorporação à engrenagem universal do capitalismo. A cada um dá-se uma função, sempre em benefício do desenvolvimento da metrópole estrangeira do momento, e a cadeia das dependências sucessivas torna-se infinita, tendo muito mais de dois elos, e por certo também incluindo, dentro da América Latina, a opressão dos países pequenos por seus vizinhos maiores e, dentro das fronteiras de cada país, a exploração que as grandes cidades e os portos exercem sobre suas fontes internas de víveres e mão-de-obra. (Há quatro séculos, já existiam dezesseis das vinte cidades latino-americanas mais populosas da atualidade.). Para os que concebem a História como uma disputa, o atraso e a miséria da América Latina são o resultado de seu fracasso. Perdemos; outros ganharam. Mas acontece que aqueles que ganharam, ganharam graças ao que nós perdemos: a história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou 6 sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos. Na alquimia colonial e neo-colonial, o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno. Potosí, Zacatecas e Ouro Preto caíram de ponta do cimo dos esplendores dos metais preciosos no fundo buraco dos filões vazios, e a ruína foi o destino do pampa chileno do salitre e da selva amazônica da borracha; o nordeste açucareiro do Brasil, as matas argentinas de quebrachos ou alguns povoados petrolíferos de Maracaibo têm dolorosas razões para crer na mortalidade das fortunas que a natureza outorga e o imperialismo usurpa. A chuva que irriga os centros do poder imperialista afoga os vastos subúrbios do sistema. Do mesmo modo, e simetricamente, o bem-estar de nossas classes dominantes - dominantes para dentro, dominadas de fora - é a maldição de nossas multidões, condenadas a uma vida de bestas de carga. A brecha se amplia. Em meados do século passado, o nível de vida dos países ricos do mundo excedia em 50% o nível dos países pobres. O desenvolvimento desenvolve a desigualdade: Richard Nixon anunciou, em abril de 1969, em seu discurso perante a OEA, que no fim do século XX a renda percapita nos Estados Unidos será quinze vezes mais alta do que esta mesma renda na América Latina. A força do conjunto do sistema imperialista descansa na necessária desigualdade das partes que o formam, e esta desigualdade assume magnitudes cada vez mais dramáticas. Os países opressores tornam-se cada vez mais ricos em termos absolutos, porém muito mais em termos relativos, pelo dinamismo da disparidade crescente. O capitalismo central pode dar-se ao luxo de criar e acreditar em seus próprios mitos de opulência, mas os mitos não são comíveis, e os países pobres que constituem o vasto capitalismo periférico o sabem muito bem. A renda média de um cidadão norte-americano é sete vezes maior que a de um latino-americano, e aumenta num ritmo dez vezes mais intenso. E as médias enganam, pelos insondáveis abismos que se abrem, ao sul do rio Bravo, entre os muitos pobres e os poucos ricos da região. No topo, com efeito, seis milhões de latino-americanos açambarcam, segundo as Nações Unidas, a mesma renda que 140 milhões de pessoas situadas na base de pirâmide social. Há 60 milhões de camponeses, cuja fortuna ascende a 25 centavos de dólares por dia; no outro extremo, os proxenetas da desgraça dão-se ao luxo de acumular cinco milhões de dólares em suas contas privadas na Suíça ou nos Estados Unidos, e malbaratam na ostentação e luxo estéril - ofensa e desafio - e em inversões improdutivas, que constituem nada menos do que a metade da inversão total, os capitais que América Latina poderia destinar à reposição, ampliação e criação de fontes de produção e de trabalho. Incorporadas desde sempre à constelação do poder imperialista, nossas classes dominantes não têm o menor interesse em averiguar se o patriotismo poderia ser mais rentável do que a traição ou se a mendicância é a única forma possível de política internacional. Hipoteca-se a soberania porque “não há outro caminho”; os álibis da oligarquia confundem interessadamente a impotência de uma classe social com o presumível vazio de destino de cada nação”. As Veias Abertas da América Latina – Eduardo Galeano.
3.
PEN AND SWORD Your opinions were made by someone else. Every single word carefully architected. According to interests… Problems are manufactured. Solutions are sold back to us... Sometimes pen is stronger than the sword!!! * PENA E ESPADA: Suas opiniões foram feitas por outra pessoa. Cada palavra, cuidadosamente arquitetada. De acordo com interesses... Problemas são manufaturados. Soluções são vendidas de volta para nós... As vezes a pena é mais forte que a espada!!!
4.
Solid 01:54
SOLID A sudden cut and we moved out. We got to an end. For so long we convinced ourselves that stability was something real. Now we don’t know how to deal with… with the emptyness. Inert and confused… We have no idea how we ended up here. All that is solid melts into air. All that is holy is profaned. Time for some self criticism. Where did we go wrong? Why it took so long for us to understand that… All that is solid melts into air!!! * SÓLIDO: Um corte abruto e nós estamos fora. Chegamos ao fim. Por muito tempo nós nos convencemos de que a estabilidade era algo real. Agora não sabemos como lidar com vazio. Inertes e confusos... nós não temos ideia de como terminamos aqui. Tudo que é solido desmancha no ar. Tudo que é sagrado é profanado... Hora de um pouco de auto crítica. Onde nós erramos? Por que levou tanto tempo para entendemos que... Tudo que é solido desmancha no ar!!!
5.
Images 01:53
IMAGES The fire consumes the structures. Melting steel and concrete. While people run for their lives... Some will never come out (alive). The images are really shocking and should touch (commove) us all... To call squats invasions is to delegitimize the strugle for housing (in big cities). It is to blame those without (any) alternative for a catastrophy. It is to blame the victim. It is to blame the victim. In the name of real estate speculation. In the name of a government who do not take responsability for the lack of effective housing policies. How many things can a tragedy prove. The way the elites and the media see the housing deficit... Nobody was there because the wanted to. But because they needed to. The images are really shocking and should touch (commove) us all... * IMAGENS: O fogo consome as estruturas. Derretendo aço e concreto. Enquanto as pessoas correm por suas vidas... As imagens são realmente chocantes e deveriam comover e todos nós... Algumas nunca sairão com vida. Chamar ocupações de invasões é deslegitimar a luta por moradia (nas grandes cidades). É culpar aqueles sem (qualquer) alternativa por uma catástrofe. É culpar a vítima. Em nome da especulação imobiliária. Em nome de um governo que não assume responsabilidade pela falta de políticas efetivas de moradia. Quantas coisas que uma tragédia pode provar. A forma como as elites e a mídia veem o déficit de moradia... Ninguém estava lá por que queria. Mas porque precisava. As imagens são realmente chocantes e deveriam comover e todos nós.
6.
Namblá 01:53
NAMBLÁ A hit on his head and he falls dead... One more chapter of the tragical history of domination and genocide of the South American Native People. Marked by violence. Physical. Psychological. Stealing of their identity. Their language, their religion. Where the land overships life. Poison is thrown over their heads. Entire families are shot. When alive, marginalized. The alcohol and the lack of perspective. Exposed on the city streets. We ignore. We killed (Marcondes) Namblá. * NAMBLÁ: Um golpe na cabeça e ele cai (morto). Só mais um... Mais um capítulo na trágica história da dominação e genocídio dos povos nativos sul-americanos. Marcada pela violência. Física. Psicológica. Usurpação da identidade, da língua, da religião. Onde a terra vale mais do que a vida. Veneno (pesticidas) é jogado sobre suas cabeças. Famílias inteiras são metralhadas. Quando vivas, marginalizadas. O álcool e a ausência de perspectiva. Expostas nas calçadas das cidades. Nós ignoramos. Nós matamos (Marcondes) Namblá.

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Gravado em maio de 2019 no estúdio Bay Area, mixado e masterizado por Gabriel Zander, estúdio Costela

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released May 27, 2019

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Vegan Straight Edge Punk from Brasil.

Piá, Fabio, Matheus
Bruno e Luis.

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